Simples coisas de um simples dia...

Hoje foi mais um dia no qual sentimos mil coisas e só podemos distinguir 1% delas. Ao mesmo tempo em que me sinto a pessoa mais feliz do mundo, perto de dar um salto para a minha realização, tem um buraco enorme no meu peito. Por isso, tive vontade de, no decorrer do meu dia, sumir...Pára, pára o mundo que eu quero descer! Mas nem por isso fui injusta. Deu tempo de agradecer também. Agradecer aos meus orixás por tudo que têm realizado na minha vida e por todas as provas da existência dessa energia central que me guia. Mas enquanto estava nesse momento de fazer reverências a quem me mantém de pé, fui despertada por um celular que tocava, por um ouvinte que queria participar, alguém que pergunta as horas, emails a responder, entrevistas para agendar e me dou conta do lugar no qual realmente me encontro...

Nossa! A sensação é que no ápice dos meus 25 anos, sou uma mulher com mais responsabilidades e atribuições do que muitas de 50. Falo das responsabilidades comigo, com as pessoas e com os locais nos quais me encontro. Me dou conta como o tempo passa, e a gente vai se enveredando por fios que a vida nos conduz. Acabamos sem tempo para contemplar e agradecer as coisas mais simples da nossa vida: o despertar pela manhã tendo a certeza de que ganhou mais um dia de presente, o bate-papo com os irmãos, a cobrança pela nossa presença por uma amiga distante, o prazer de escrever sem pressa, o cantar dos pássaros na minha varanda, o prazer de andar descalça pela rua onde moro, cantar bem alto minha música favorita, o banho frio molhando a cabeça quando estou com calor, o café quentinho com bolacha crem craker, e o beijo de despedida da pessoa mais importante da nossa vida. Só agora me dou conta como sempre estou deixando essas coisas pra depois, por que sempre parece que tenho coisas mais urgentes pra resolver.

Mas por um instante, enquanto pensava nisso tudo e agradecia aos meus enquices e axé-voduns, foi muito bom. Pude me encontrar comigo mesma, bucar novas forças, renovei minhas energias e tive a certeza de que sou “bastante mulher” para encontrar coragem em quaisquer situações para seguir em frente. E isso não é fácil. Eu não sabia disso...na verdade ainda estou em processo de aprendizagem.

É um processo duro, doloroso, muitas vezes até traumático. Existem situações que a única coisa que se pensa é, de fato, em sumir. Mas hoje, antes de executar essa ação, já me pergunto: isso, de fato, resolve? Será que essa é a real resolução dos meus problemas?

Certamente não.

Está sendo difícil, mas aos 25 anos sou obrigada (pela vida) a refletir sobre o que tem dado certo, o que não tem, o que quero, o que não aceito, se devo relevar, o que vai me fazer bem, o que me satisfaz...são tantos questionamentos, tantas respostas que quero, que preciso encontrar e que só o tempo me dará.

Mas não me afobo...já disse-me uma pessoa especial: relaxe!
É isso! É isso que preciso aprender a fazer.

Por isso, se você já domina esta técnica, não envergonho-me. Sei que não me basto, não sou auto-suficiente e te peço: me ajuda! Sou frágil (não fraca) e sei que preciso de um adjutório para continuar valorizando o prazer daquela risada exageradamente gostosa, sem permitir que os pormenores do caminho tirem a minha paz.

É nisso que estou focada agora.
Por que estou consciente e a única certeza que eu tenho é que eu quero, preciso e mereço ser feliz, seja lá como for. De forma simples ou complexa, a felicidade é a minha meta, a cada novo dia.